quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sem sentido

Testo o melhor texto para verbalizar você. Ensaio palavras soltas, sentindo a sonoridade de cada uma e de todas elas: uma por vez, de uma vez por todas. Reúno possíveis sentidos, mas meu texto sentido fala alto e me diz que você não é definível. Procuro não mais te dizer: apenas te provo, com a língua e em silêncio.

terça-feira, 12 de julho de 2011

desatados

eu sou

tu és

nós
mil sóis.

o senhor das guerras


na minha aldeia
teu nome se faz fogo

quando
me invade

me deixa
a vista embaçada
a voz embargada
a vida dilacerada

(há)dentro o desespero

fujo, corro
por ruas
becos
estreitos trajetos

mas não há mais jeito:
minha paz bombardeada.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

onírico

na rica pele fina
do lençol
(há)coberto
sono e sonhos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

umedecer/emudecer

dentre os meus dentes
a substância emoliente:

tua vida me escorrendo
quente
me derrete os dentes
minha voz
e minha paz

entre
tanto

tudo muito fugaz

(silêncio)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

sem estancar

jorrou
de mim
teu bruto puro
sangue

vivo na corrente
de ouro
da nossa
vida.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

(sem título)

eu-menina

o eterno
retorno

pulo, corro,
grito solto,
avanço, danço, mordo

porque o gosto do novo
me corre
o corpo todo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Bruna Caram - Um Momento

Letra linda, música idem!
"Um Momento" faz parte do disco Feriado Pessoal.
Recomendo!



Um momento
Qualquer lugar, um acontecimento
Qualquer horário, um pressentimento
Um certo olhar, um certo envolvimento
E tudo veio acontecer
Um sorriso
Qualquer lugar, inferno ou paraíso
Qualquer horário e eu só penso nisso
Um certo olhar e eu piso movediço
Eu tudo pude antever
Bem antes de te conhecer
Bem antes de você nascer
Nos versos em que escrevi, prevendo
O grande amor que esperei vivendo
Bem antes de acontecer
Um pouco antes desse amanhecer
Naquele instante em que acordei pra ver
Que eu quero a vida com você!

Um lamento
Mesmo lugar, o mesmo apartamento
O mesmo horário, um lento desalento
Um certo olhar e mais um sofrimento
E tudo veio esmorecer
Um sorriso
Uma mentira, da idade ou do proscrito
Uma história que eu não acredito
Um certo olhar e eu então repito
Que conseguiu me convencer
Tudo depois de te entender
Tudo depois de você crescer
Nos versos que reescrevi sorvendo
O grande amor que esperei vivendo
Bem antes de tudo emudecer
Um pouco antes de você descer
Naquele instante em que acordei pra crer
Que a sua vida é só você!


Um momento
Qualquer lugar, um arrependimento
Qualquer horário, um lento desalento
O mesmo olhar, o mesmo envolvimento

E tudo volta a acontecer!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

luz em excesso
cega

- muda -
deixo
a penumbra
apontar
o que de mim
em mim
muda de lugar.