quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

meia vida na metade do dia

saio e encaro a rua coberta de sol, tão iluminada que o chão abandona o concreto e se dissolve em ouro líquido, é assim o chão das ruas quando me encontro com o meio-dia.

sigo, retorno, perdida, vou e volto por atalhos e retalhos de caminhos sem fim, passo por casas coloridas e pessoas cinzas, por telões em cores - expostos em outdoors - e a humana vida em preto e branco descendo bueiro abaixo, essa mesma vida te olha com olhos fundos, muito fundos e doídos, dentro daquela dor de quem muita morte cotidiana já viu.

o dia diz e ainda escarra na cara
que nem tudo o que reluz é ouro
e que nem toda morte é velada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que bonito Marcinha. O chão do meio-dia cor de ouro, para mim o meio-dia é uma hora insuportável de existir.

Um abraço.

Polly Barros disse...

"...dentro daquela dor de quem muita morte cotidiana já viu..."
Enxergar com olhos de poesia, transpirar palavras, sentimentos, sons, imagens... Trazer pra vida e da vida outros ângulos!

Olha, Marcinha, que bom que sei procurar e achei teu blog!!!

Beijooo pra tu : )

Obs: Ah, dá uma olhadinha numa postagem intitulada "Prêmio Escritores da Liberdade" no meu blog.
www.pollyfonica.blogspot.com

Anônimo disse...

bom comeco